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(Música para leitura:
Ou Não – Lagum)
Amar é uma sensação das mais estranhas, já o amor é uma das mais reconhecíveis.
O amar é olhar pela janela em um dia ensolarado e radiante e pensar em quantos dias faltam até que a chuva venha. É olhar pela janela em um dia chuvoso e frio e pensar se Ela também está solitária.
Já o amor é querer ser o sol e apenas se pôr para correr ao encontro da lua. É pensar se o buquê de rosas terá 60, 120, 240 botões e qual será o nome do 5º filhote da gata que terão um dia.
A dualidade de amar e do amor é uma delicada balança entre duas emoções das mais cobiçadas pelo ser humano. Afinal todos nós almejamos ter nosso coração apertado e que nosso peito se acenda em chamas que ardem sem doer. A adrenalina provida de um enxame de borboletas em nosso estômago, que nos torna capazes dos maiores feitos e mais ambiciosos do que jamais poderíamos sonhar.
Porém, o amar é a sensação que traz consigo a saudade insaciável, a vontade de não querer se levantar, pois os seus sonhos superam qualquer expectativa da realidade.
O amar é melancólico, o amor é brilhante. Contudo, ainda assim, o amar é extremamente mais cobiçado por nós do que o amor. Por mais que o amor seja seguro e estável, nós não desejamos a estabilidade e sim a esperança de que um dia o amar se torne amor.
A incerteza de saber se somos correspondidos é uma maldição ao mesmo tempo que é uma graça e um motivo para continuar. O amar nos dá uma razão para caminhar, o amor é o destino. O que são borboletas alegres e rápidas em nosso estômago, quando podemos sentir a mágica sensação de borboletas taciturnas se tornando borboletas alegres?
Amar é apreciar os abraços. Amor é poder abraçar sempre.
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Autoria: Enrico Romariz Recco
Revisão: Laura Freitas
Imagem da capa: Acervo pessoal
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