Por João Gilberto W. Melato
Fonte: GAMMA-RAPHO VIA GETTY IMAGES
Arqueólogo Khaled al-Asaad diante de antigo sarcófago em Palmira, 2015.
No artigo destinado à cidade de PALMIRA de um dos principais livros do Iluminismo, a “Encyclopédie” de Diderot e D’Alembert, relata-se a história de quando um famoso capitão romano, em sua campanha na Síria, viu-se esgotado de recursos financeiros e, sem ter com o que pagar suas tropas, ofereceu-lhes a pilhagem de Palmira como forma de pagamento. Os palmirenos, alertados em boa hora dos desígnios de Marco Antônio, protegeram suas famílias e bens preciosos do outro lado do Eufrates, e resguardaram a travessia do rio com seus melhores arqueiros, frustrando as investidas da cavalaria romana. Tratava-se então de “um povo rico, comerciante e livre”.
Esse artigo, escrito pelo Chevalier de Jaucourt, também lamenta a ausência de estudos sobre Palmira no mundo ocidental após o advento do Islã (com exceção de um breve manuscrito medieval). Os conhecimentos europeus sobre Palmira eram tão escassos, afirma o autor, que se uma guerra entre os impérios turco e persa fizesse com que os materiais de suas ruínas tivessem que ser empregados na construção de fortalezas antes de 1691 (quando comerciantes ingleses visitaram o local e renovaram o interesse ocidental sobre o tema), a Europa talvez debatesse àquela altura se a célebre Palmira da qual falavam as fontes romanas sequer existiu: “exemplo flagrante da sorte precária a que estão sujeitos os maiores monumentos da indústria e da potência humana!”.
Entre maio de 2015 e março de 2016, e, depois, entre dezembro de 2016 e março de 2017, a cidade de Palmira esteve sob posse do assim chamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (doravante apenas “Daesh”), que vandalizou suas ruínas e destruiu monumentos culturais, antes de ser retomada, duas vezes, pelo Exército Árabe Sírio. No 20 de agosto último, foi concluído o projeto de um modelo digital em 3D da antiga cidade de Palmira, realizado por pesquisadores do Instituto de História Material da Academia Russa de Ciências, que foi então entregue ao Departamento de Museus e Antiguidades da República Árabe Síria – que procederá à reconstrução do complexo arquitetônico classificado como Patrimônio Cultural e Mundial pela UNESCO.
Arquivos digitais
Esse tipo de iniciativa parece ser a realização da utopia sonhada por pessoas como o escritor Victor Hugo, que, na introdução de seu romance Notre Dame de Paris, comenta haver encontrado uma inscrição medieval feita na catedral, e ter tentado “imaginar ou adivinhar a alma aflita que não quisera deixar o mundo sem antes imprimir esse estigma de crime ou infelicidade no corpo da velha igreja”. No entanto, logo em seguida, a parede foi raspada e a inscrição desapareceu. Escrevendo de 1831, o literato francês afirma que “é o que se faz há quase duzentos anos com as maravilhosas igrejas da Idade Média”. O autor daquele pequeno ato de vandalismo “desapareceu nas sucessivas gerações”, “a palavra desapareceu da parede da igreja” e “nada se sabe do destino que ela tão melancolicamente resumia”. A própria Notre Dame “talvez também desapareça”.
Essa preocupação arquivista atravessava toda a sua prosa, preenchida com descrições densas dos cenários, em um esforço para manter viva a memória dos grandes feitos arquitetônicos de sua época e das passadas. No entanto, os 700 milhões de pixels do modelo tridimensional de Palmira e as 55 mil fotos aéreas nas quais este é baseado permitem uma reconstrução imagética muito mais exata daquilo que se foi do que a prosa descritiva do autor (que tinha, ainda, que entreter o leitor). Em uma comparação mais direta, foi a rica reconstrução digital da Catedral de Notre Dame do videogame Assassin’s Creed que foi utilizada para restaurar a igreja após essa ser parcialmente consumida por chamas em 15 de abril de 2019.
Arquivos digitais como esses colocam um problema teórico para os historiadores e frequentemente geram entusiasmo. Claudio Fogu vai longe o suficiente para afirmar que eles provocam uma mudança epistemológica na História: ao possibilitar uma reconstrução quase exata do passado, este deixa de ser algo deslocado no tempo, tornando-se algo deslocado apenas no espaço, podendo ser acessado com perfeição em um “lugar” virtual. Paradigmático nesse sentido seria o filme Forrest Gump (1994), cuja utilização de computação gráfica permitiu representar a Guerra do Vietnã com um nível de realismo impensável em produções cinematográficas anteriores.
Existem, porém, boas razões para desconfiar do otimismo representado por visões como essa. Não apenas pelo fato, reconhecido pelo próprio Fogu, de que o entusiasmo teórico pelos arquivos digitais não tem se convertido em capacitação técnica dos historiadores para lidar com eles. Também, deve-se questionar a relação de causa e efeito assumida entre um aprimoramento da técnica dos arquivos e as transformações culturais e/ou epistemológicas que daí se seguiriam. Em primeiro lugar, a relação de causalidade pode ser invertida: uma determinada transformação cultural, ou política, pode engendrar uma demanda por melhor aperfeiçoamento técnico. Pensemos no caso da Encyclopédie, que vimos denunciar o descaso de sua época com a história de Palmira.
Do ponto de vista técnico, a obra não representa uma das melhores contribuições à Geografia de seu tempo. Segundo Charles J. Withers, o artigo sobre a Itália (também escrito pelo Chevalier de Jaucourt) “retratava de maneira inverossímil a Itália do século XVIII, sem conhecimento de primeira mão da geografia ou da história do país, e zombava de seus padres”. Jaucourt, porém, aproveitava-se dos artigos sobre vilas, países ou cidades para explicar e organizar o mundo de acordo com os princípios da filosofia baconiana: primeiro descreve-se o lugar, com suas características físicas e situando-o no espaço (sentidos); depois discute-se a etimologia de seu nome e seus principais fatos históricos (memória); passa-se, então, à lista de seus grandes pensadores (razão) e artistas (imaginação). Ao fazê-lo, o enciclopedista também encontrava uma plataforma para discutir as obras de autores banidos pela Coroa ou pela Igreja de maneira mais discreta do que através de artigos especificamente biográficos.
Assim, seu artigo sobre Palmira inscreve-se na história mais ampla da Geografia no século XVIII, conforme descrita por Withers: “O entendimento da origem e da diversidade humana tal qual derivado do aprendizado clássico e da Bíblia foi desafiado”, porque, através dos relatos de “navegadores oceânicos, viajantes filosóficos, mapeadores, naturalistas e artistas tripulantes”, percebeu-se que “em muitas partes do mundo (…) haviam humanos que eram muito diferentes dos europeus pela cor da pele, os costumes, a cultura, a linguagem e, nos termos iluministas, o ‘estágio’ de seu desenvolvimento social” – o que, por sua vez, impulsionou a constatação da evitabilidade histórica das instituições que sustentavam o Antigo Regime.
O advento das tecnologias digitais tampouco implica, necessariamente, as transformações culturais que dele se esperam (e isso em campos tão diversos quanto a Pedagogia, a Arqueologia e a arte da guerra). Pensemos no caso do Estado de Israel: indiscutivelmente uma potência tecnológica em sua região, sua arqueologia pratica métodos de escavação horizontais, ultrapassados e condenados internacionalmente, por não permitir discernir entre diferentes estratos de um sítio (no caso israelense, uma prática que convenientemente dilui os vestígios históricos da Palestina árabe e muçulmana em vestígios materiais mais antigos). Ao mesmo tempo, tecnologias digitais de reconhecimento facial são empregadas para monitorar cidadãos palestinos que trabalham em Israel, tanto dentro de território israelense quanto na Cisjordânia. A “sociedade da informação”, por si só, não é capaz de forçar um regime político de apartheid racial semi-declarado a adotar práticas arqueológicas mais inclusivas.
Defesa do patrimônio cultural vs. Guerra de extermínio
As revoluções burguesas de fins do século XVIII arrancaram a noção de patrimônio de sua conotação aristocrático-religiosa (materializada nas “coleções de antiguidades”, como a que mantinham os papas) e transformou-a em algo que diz respeito a todo um povo, que lança as bases da nação e que demanda instituições públicas para sua preservação, bem como legislação específica. Na sensibilidade de Victor Hugo, a preocupação com a “arquitetura nacional francesa” se estende mesmo ao anônimo autor de um ato de vandalismo na igreja de Notre Dame.
Ao longo do século XIX, a visão relativamente favorável à diversidade humana demonstrada pelo Iluminismo perdeu espaço entre os dirigentes europeus. Podemos arrolar alguns fundamentos dessa mudança de mentalidade (inovações bélicas e estratégicas abrindo espaço às outrora impensáveis conquistas territoriais europeias em África e Ásia; aparecimento das oligarquias financeiras e impulso à exportação de capital; formulação e prestígio das teorias do chamado “racismo científico”), mas mais importante será entender as suas implicações na noção de patrimônio histórico.
Em 1862, um professor do Collège de France declara, em sua aula inaugural, que “a condição essencial à propagação da civilização europeia é a destruição do produto semita por excelência, a destruição do poder teocrático do Islã, e por consequência a destruição do islamismo”. Os meios preconizados por ele para cumprir essa tarefa não dão lugar a ambiguidades: “eis a guerra eterna, a guerra que não terminará antes que o último filho de Ismael tenha morrido de fome ou sido expulso, pela força do terror, para as profundezas do deserto”. A repartição do globo entre as potências imperialistas e a apologia aberta de uma guerra de extermínio não abrem muito espaço para preocupação com as tradições culturais e históricas dos povos conquistados.
No século XX, o uso de bombardeios devastadores, cujo alvo principal é a população civil (como forma de quebrar o ânimo dos combatentes), também atinge com força a cultura arquitetônica dos países atacados. A radicalização do colonialismo e do “imperialismo racial” do entreguerras se reflete nas noções de patrimônio – a Alemanha nazista, por exemplo, usou vestígios materiais dos povos germânicos encontrados em território polonês para fundamentar sua reivindicação de anexação territorial. A noção de que os sítios considerados patrimônio histórico da humanidade “pertencem a todos os povos do mundo” data da Conferência da UNESCO de 1972, mas essa batalha parece longe de terminada.
No dia 18 de agosto de 2015, o Daesh executou o célebre arqueólogo sírio Khaled al-Asaad. Nascido e criado em Palmira, Asaad trabalhou por mais de 40 anos como coordenador das explorações arqueológicas na cidade, participando de importantes descobertas e publicando estudos sobre suas ruínas. Membro do Baath sírio desde 1954 (o partido chegou ao poder em 1963 e o detém até hoje), Khaled passou os últimos dias de sua vida ajudando a evacuar os museus de Palmira, e recusou-se a aceitar os pedidos de seus colegas para deixar a cidade. Quando a cidade caiu, Asaad foi preso, possivelmente interrogado sob tortura e depois decapitado em praça pública.
Os atentados do Daesh seguem uma lógica midiática, inserida no contexto de uma guerra de extermínio à comunidade xiita. Um de seus líderes defendia (e praticava) o uso de bombas em bairros civis e templos religiosos xiitas, com uso de assassinatos chocantes. Esperava-se que essa ação gerasse uma radicalização sectária entre grupos xiitas (esquadrões da morte, ataques a templos e civis sunitas, etc), pois isso a-) reforçaria o mesmo fenômeno na comunidade sunita, aumentando sua coesão interna e sua disposição anti-xiita; b-) minaria as bases do nacionalismo secular (“dominado pela descrença”) no Iraque e na Síria, substituindo-o pela guerra sectária. Nesse modus operandi, a violência deve ser levada aos níveis máximos de crueldade e de espetacularização, de forma que os bombardeios e destruições de templos e outros sítios arqueológicos e culturais cumprem um papel fundamental – bem como as decapitações.
Longe de ser uma prática exclusiva de grupos do Daesh, a destruição de sítios arqueológicos e culturais iranianos foi usada como ameaça por Donald Trump, em janeiro, caso a República Islâmica do Irã retaliasse pelo assassinato de seu general Qasem Soleimani (ele próprio um importante arquiteto das derrotas militares do Daesh). O envolvimento inicial dos EUA na guerra civil síria (ainda sob Obama), apoiando o chamado Exército Livre Sírio, é testemunho também da pouca preocupação estadunidense com a questão da tolerância religiosa no país.
Em 2013, um cientista político estadunidense descreveu assim grupos relevantes na composição do ELS: “salafitas fanáticos (…) que agridem e matam até mesmo devotos sunitas” por “se recusarem a imitar costumes que lhes são estranhos”; “sunitas extremistas que se envolvem com o assassinato de alauítas e cristãos apenas por causa de sua religião”. “Se os rebeldes vencem”, escreveu ele, “os sírios não-sunitas” poderiam esperar “a exclusão social” ou “um verdadeiro massacre”. Porém, essa declaração, como veremos, não era crítica em relação ao apoio, financiamento e armamento de tais grupos por parte dos Estados Unidos.
Da técnica à política
Iniciada com o pretexto de combater violações de direitos humanos pelo governo sírio, a intervenção estadunidense no conflito parece difícil de explicar. Inicialmente alinhada ao ELS, depois à guerrilha autonomista curda e suas Forças Democráticas Sírias, depois abandonando estas à própria sorte e favorecendo uma possível invasão turca, a intervenção parece não ter coerência. Tampouco possui muitos trunfos para mostrar (mesmo que coloquemos na equação os lucros dos vendedores de armas estadunidenses na Síria ou os campos petrolíferos ao Nordeste do país, controlados pelos EUA): a imensa maioria do território sírio é hoje controlada pela ditadura de Bashar al-Assad. De fato, o cientista político citado acima acreditava que o melhor cenário para os Estados Unidos seria a prolongação indefinida da guerra civil:
A essa altura, a manutenção prolongada do impasse é o único resultado (…) favorável aos Estados Unidos. Ao jogar o exército de Assad e de seus aliados (Irã e Hezbollah) em uma guerra contra os combatentes extremistas alinhados com a Al Qaeda, quatro inimigos de Washington estariam envolvidos em uma guerra entre si e, assim, não poderiam atacar os norte-americanos e os aliados da América.
Essa posição foi recomendada abertamente em um jornal de grande circulação. Mas, do ponto de vista do interesse comum da humanidade e, em particular, do povo sírio, urge encerrar uma guerra civil que já completa um decênio, deixando atrás de si um rastro de sangue e destruição que conta centenas de milhares de mortos, milhões de deslocamentos internos e de refugiados. O mesmo pode ser dito do ponto de vista da preservação do patrimônio histórico e cultural da humanidade na Síria. Faço essa afirmação não para desvalorizar o árduo trabalho dos arqueólogos sírios e russos envolvidos na reconstrução de Palmira, mas para constatar o óbvio: a defesa do patrimônio (material e imaterial) da humanidade passa pelo estabelecimento de uma paz estável e de um sólido clima de tolerância cultural e religiosa.
Independente do que se pense sobre as partes beligerantes na Síria, deve-se reconhecer que nenhuma solução virá de intelectuais que, a oceanos de distância, fazem cálculos com vidas humanas. Uma atitude mais frutífera veio das comemorações do Natal de 2016 em Alepo (a primeira em quatro anos). Quando a cidade foi tomada por rebeldes salafitas, a minoria cristã experienciou um êxodo que a levou de 250 para 100 mil habitantes. Os combates entre os rebeldes e o governo sírio levaram, também, à destruição do minarete da Grande Mesquita de Alepo (construído no ano de 1090 da Era Comum) e da Catedral de Santo Elias, construída em 1873. No entanto, os cristãos da cidade se reuniram e montaram um altar improvisado para celebrar uma missa de Natal sobre as ruínas da igreja, enquanto guerrilheiros muçulmanos do Hezbollah se juntavam à população reunida em torno da enorme árvore-de-natal no centro da cidade, onde ainda temiam-se possíveis retaliações.
A conclusão que se impõe é a de que as técnicas digitais de reconstrução, por mais importantes que essas sejam, não garantem a mudança de mentalidade e de cultura que alguns nelas projetam (até por virem acompanhadas das técnicas digitais de destruição). Uma arqueologia e política de patrimônio humanistas não podem abster-se de ser, também, pacifistas, anti-imperialistas, anticolonialistas e antirracistas. Pois essas são forças que atuam no mundo real, atuam sobre sua cultura material e imaterial, ameaçando não apenas nosso patrimônio cultural mas a nossa própria existência no planeta Terra – e o nível de destruição que elas anunciam é tamanho que não haverá ninguém para “debater se a célebre sociedade da informação sequer existiu”.
Esse texto foi escrito do ponto de vista da história das concepções de patrimônio do Ocidente, mesmo que o tema aqui tratado diga respeito a sítios e localidades do chamado “Oriente”. Essa atitude deve-se tanto à admitida incapacidade do autor de fazer uma discussão com qualidade das concepções sírias e russas de patrimônio, quanto à intenção política de desnudar aquilo que o discurso orientalista deixa oculto: se essa é a “instituição autorizada a falar sobre o Oriente”, “descrevendo-o, ensinando-o, colonizando, governando-o” de forma a melhor “dominá-lo, reestruturá-lo e administrá-lo”, convém então inverter a lupa e olhar para o próprio Ocidente, para suas próprias concepções de patrimônio e de política externa e sobre como elas atuam na Síria – afinal, muitas das principais decisões das guerras no Oriente Médio são tomadas do outro lado da fronteira imaginária entre Leste e Oeste.
Revisão: João Vitor Vedrano
Imagem de capa: GAMMA-RAPHO VIA GETTY IMAGES, Arqueólogo Khaled al-Asaad diante de antigo sarcófago em Palmira, 2015.
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Referências:
[2] Mestrando em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O presente texto analisa resultados de pesquisa de Iniciação Científica financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – processo 2016/19285-3. É também tributário de discussões realizadas nas disciplinas regulares do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Unicamp, cursadas no ano de 2019.
[3] JAUCOURT, C. “Palmyre” (Dez 1765). In: Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, etc., eds. Denis Diderot and Jean le Rond d'Alembert. University of Chicago: ARTFL Encyclopédie Project (Autumn 2017 Edition), Robert Morrissey and Glenn Roe (eds), <https://artflsrv03.uchicago.edu/philologic4/encyclopedie1117/navigate/11/3911/>. Todas as traduções são minhas, salvo em edições de língua portuguesa ou se indicado o contrário.
[4] Sigla empregada no Oriente Médio, preferível por negar a suposta legitimidade carregada pelo termo “Estado Islâmico”.
[5] Modelo 3D da antiga Palmira, feito por cientistas russos, é entregue a Síria. RUSSIA BEYOND, 25 ago. 2020. <https://br.rbth.com/estilo-de-vida/84290-modelo-3d-antiga-palmira>.
[6] HUGO, V. O Corcunda de Notre Dame. Edição comentada e ilustrada. [E-book]: Zahar, s. d., p. 16.
[7] Assassin’s Creed Unity será usado na reconstrução da Catedral de Notre-Dame. CANAL TECH, 16 abr. 2019. <https://canaltech.com.br/games/assassins-creed-unity-sera-usado-na-reconstrucao-da-catedral-de-notre-dame-137335/>.
[8] Ou seja, uma mudança nas relações entre o sujeito que conhece (nesse caso, os seres humanos do presente) e o objeto que é conhecido (o passado).
[9] FOGU, Claudio. “Digitalizing historical consciousness”. In: History and theory, Middletown v. 48, n. 2, p. 103-121, mai. 2009.
[10] WITHERS, C. W. J. Placing the Enlightenment: thinking geographically about the Age of Reason. University of Chicago Press, 2007. p. 174.
[11] Sobre a obra de Jaucourt, consultar MELATO, J. G. W. Ilustração e compilação: notas sobre a atividade enciclopédica do Chevalier de Jaucourt (1751 – 1765), 2019 [no prelo].
[12] WITHERS, idem, p. 136.
[13] MIZRACHI, Y. SHIFF, C. “Using archeology in the service of nationalism”. In: +972 Magazine, 05 jul. 2019. <https://www.972mag.com/pilgrimage-road-archeology-nationalism-east-jerusalem/142181/>.
[14] This Israeli Face Recognition Startup Is Secretly Tracking Palestinians. HAARETZ, 15 jul. 2019. <https://www.haaretz.com/israel-news/business/.premium-this-israeli-face-recognition-startup-is-secretly-tracking-palestinians-1.7500359>.
[15] Hoje disponível no Museu do Vaticano.
[16] PELEGRINI, S. FUNARI, P. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, p. 11-17
[17] Cabe destacar, porém, que a consideração sobre os “estágios” do desenvolvimento social dava lugar, por vezes, a uma postura agressiva que antecipava aquela do Oitocentos: Voltaire escreve, em 1768, à sua protetora, Catarina, a Grande, Rainha da Rússia: “Madame, Vossa Majestade imperial restaura-me a vida ao matar turcos (…). Claramente, pessoas que negligenciam as belas artes e trancafiam as mulheres merecem ser exterminadas”. Citado em ANDREW, E. Patrons of Enlightenment. University of Toronto Press, 2006, p. 117.
[18] Ernest Rennan, 1862. Citado por GRANDMAISON, O. L. C. Ennemis mortels: représentations de l’islam et politiques musulmanes en France à l’époque coloniale. [E-book], La découverte, 2019. Cf. “Introduction”.
[19] SEYMOUR, R. “O verdadeiro Winston Churchill”. In: Jacobin Brasil, 28 dez. 2019. <https://jacobin.com.br/2019/12/o-verdadeiro-winston-churchill/>.
[20] PELEGRINI, FUNARI, idem, p. 20-21, 25.
[21] Khaled al-Asaad, the martyr of Palmyra. THE CONVERSATION, 01 set. 2015. <https://theconversation.com/khaled-al-asaad-the-martyr-of-palmyra-46787>. Khaled al-Asaad profile: the Howard Carter of Palmyra. THE GUARDIAN, 19 ago. 2015. <https://www.theguardian.com/world/2015/aug/19/khaled-al-asaad-profile-syria-isis-howard-carter-palmyra-archaeology>.
[22] ORTEGA, A. “Terrorismo: qual é a lógica por trás dos atentados?”. In: Revista Opera, 25 jul. 2016. <https://revistaopera.com.br/2016/07/25/terrorismo-qual-e-logica-por-tras-dos-atentados-ideologia-isis/>.
[23] RIZVI, K. “What Trump's tweet threatening Iran's cultural sites could mean for Shiite Muslims”. THE CONVERSATION, 09 jan. 2020. <https://theconversation.com/what-trumps-tweet-threatening-irans-cultural-sites-could-mean-for-shiite-muslims-129498>.
[24] LUTTWAK, 2013. Citado em LOSURDO, D. Um mundo sem guerras: das promessas do passado às tragédias do presente. São Paulo: Ed. Unesp, p. 336.
[25] HIGGINS, P. “The Enemy at Home: US imperialism in Syria”. In: Viewpoint Magazine, 01 fev. 2018. <https://www.viewpointmag.com/2018/02/01/enemy-home-u-s-imperialism-syria/>.
[26] Assad acusa EUA de roubarem petróleo da Síria; afinal, quem se beneficia da produção do país? BBC NEWS, 22 nov. 2019. <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50514276>.
[27] LUTTWAK, 2013, citado em LOSURDO, idem, p. 336.
[28] International Herald Tribune.
[29] Syrians celebrate Christmas amid Aleppo cathedral ruins. NEW YORK POST, 26 dez. 2016. <https://nypost.com/2016/12/26/syrians-celebrate-christmas-amid-aleppo-cathedral-ruins/>. Aleppo Christians prepare war-ravaged church for Christmas. BUSINESS INSIDER (Maher al-Mounes, AFP), 23 dez. 2016. <https://www.businessinsider.com/afp-aleppo-christians-prepare-war-ravaged-church-for-christmas-2016-12>. A Christmas tree lighting in western Aleppo was bombed. BUSINESS INSIDER (AP), 20 dez. 2016. <https://www.businessinsider.com/a-christmas-tree-lighting-in-western-aleppo-was-bombed-2016-12>.
[30] SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 2007. p. 29.
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