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REGISTROS DO MEU CONTATO COM UM EXTRATERRESTRE

Nossa redatora Loreta Guerra visitou a exposição "Leonardo da Vinci – 500 anos de um Gênio", e contou um pouco sobre sua experiência e seu deleite na mostra, que ficará em cartaz até março de 2020 no MIS. Vem conferir!

Eu me lembro perfeitamente de quando conheci a genialidade de da Vinci. Foi numa exposição do MAM (Museu de Arte Moderna), cujo tema era a vida do artista, dentre todos os seus outros títulos. Uma frase da minha mãe naquele dia ficou na memória: “Às vezes eu acho que as grandes personalidades com da Vinci vieram de outro mundo, alienígenas que habitaram a Terra por algum motivo”. Achei muito engraçado esse pensamento, mas acredito que somente o compreendi depois de ter visitado a mostra “Leonardo da Vinci – 500 anos de um Gênio”, que se encontra exposta no MIS Experience (Museu da Imagem e do Som). Tive escancarada em minha frente uma representação do talento, engenho e inspiração de, com toda certeza, uma das mentes mais brilhantes que já viveu.

A mais nova exposição do MIS conta com áreas temáticas que procuram trazer um pouco da história da personalidade aliada a reproduções de suas grandes obras. Não somente conheci muito mais profundamente o passado de da Vinci, mas também consegui minimamente interpretar a iluminação para suas ideias, hoje reconhecidas como visionárias. Cada subespaço da mostra tem um enunciado, um campo de atuação de Leonardo. Nisso se misturam engenharia, arte, biologia, arquitetura e física, dentre outras faculdades do conhecimento dominadas pelo gênio. Cada réplica exibida carrega uma descrição detalhada de seu funcionamento, feita por especialistas que estudaram as anotações de da Vinci, inclusive existindo algumas que o público pode interagir com. Ademais, pude observar cópias de seus principais cadernos e desenhos e até uma amostra do famoso “código da Vinci”, o alfabeto criado pelo artista e utilizado na maioria de suas anotações. Todas as placas explicativas trazem, também, curiosidades e confirmações ou negações dos boatos existentes sobre os inventos, algo que me interessou muito. Uma das coisas que mais me impressionou na mostra foi a quantidade esplêndida de informações que obtive, em especial, sobre uma obra que considero magnífica: a Mona Lisa. Há uma área dedicada exclusivamente à inspeção dos "segredos" e à concepção do quadro. Saí do MIS sem nenhuma dúvida sobre se a pintura retrata realmente quem levava seu nome ou se existiria uma modelo secreta, diferente da pintada, que somente inspirou Leonardo...


Admito que fiquei receosa com o fato da exposição prometer ser a mais detalhada sobre os feitos de da Vinci, afinal, como iriam encaixar tantos pormenores de uma forma que não ficasse cansativa a visita? A Grand Exhibitions (empresa que organizou a mostra) conseguiu. Cheguei no MIS 15:45 e saí da área de exibição por volta das 17:30, sendo que teria terminado antes se não tivesse demorado na sala especial, onde uma tecnologia sensorial diferenciada é utilizada para projetar algumas criações do italiano. Apesar de não ter achado essa parte da mostra tão excitante quanto imaginei, julgo-a muito interessante pela interatividade proporcionada. Para os que decidirem mergulhar na experiência, sugiro que deitem no chão e fiquem pelo menos uns 15 minutos absorvendo o que o espaço traz. Meu plano era esse, acabei ficando o dobro do tempo...

Por 15 reais (meia entrada de estudante) tive uma das tardes mais interessantes do meu ano e, se tivesse ido numa terça, o preço teria caído para zero. Além de todo o conhecimento que colhi dessa visita, ainda pude desfrutar do espaço do MIS e ouvir um pouco sobre a campanha pela recuperação do rio Pinheiros que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está divulgando num estande no delicioso espaço ao ar livre do museu. E ainda há um café muito aconchegante com algumas esculturas temáticas que arrematam o dia. É um passeio perfeito para ser feito com os amigos ou com a família nas férias, lembrando que exposição termina no 01 de março de 2020. Vale salientar que, além das terças de graça, o ingresso aumenta para 40 reais (meia-entrada por $20,00) nos finais de semana. O espaço é aberto das 10:00hs às 20:30hs todos os dias, menos segunda, quando é fechado. Recomendo, no entanto, que, se a opção for um dia de semana, a ida seja um pouco mais cedo para evitar o trânsito, privilégio que, infelizmente, não tive na minha visita. Para um grupo que não queira se preocupar com carro: meu conselho é o metrô! O MIS fica na Água Branca, num local um pouco longe da estação mais próxima Palmeiras-Barra Funda, contudo um ônibus fretado pela exposição passa de 15 em 15 minutos na saída da estação e leva quem se dirige à mostra até o museu. Na volta, o mesmo ônibus leva do MIS até a estação. É, também, uma alternativa sensacional para aqueles que não querem gastar com Uber ou táxi e curtem viver a realidade dos trens que passeiam pelo subsolo da nossa São Paulo, o que da Vinci provavelmente faria, é claro, anotando cada observação que tivesse sobre o funcionamento da maravilhosa máquina.


No final do dia, voltando da minha ida a “Leonardo da Vinci: 500 anos de um gênio”, finalmente entendi o que minha mãe quis dizer tantos anos antes na exposição do Ibirapuera. É muito difícil categorizar Leonardo da Vinci. Me utilizando um pouco da metalinguagem, achei particularmente desafiador escolher apenas uma palavra para substituir seu nome nesse texto. Arquiteto? Biólogo? Engenheiro? Astrônomo ou pintor? Acontece que Leonardo era tudo isso. A única forma de unificar todos esses títulos numa só palavra é chamá-lo de gênio... ou, como minha mãe sabiamente colocou, um ser de inteligência e talento superior que definitivamente não provém do nosso planeta.

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